Jessica Hausner, realizadora e argumentista, nasceu em Viena, na Áustria, em 1972. Vinda de uma família de artistas plásticos – o pai, Rudolf Hausner, e a irmã, Xenia Hausner, são pintores –, enveredou pelo cinema quando foi estudar para a Filmakademie de Viena. Em 1999, com os realizadores Antonin Svoboda e Barbara Albert e o director de fotografia Martin Gschlacht, fundou a produtora coop99, responsável pela produção de vários filmes dos seus fundadores e de outros cineastas austríacos emergentes. Antes disso, Hausner tinha já realizado a sua primeira curta, Flora (1995), a que se seguiu uma longa, Inter-view (1999). Seria, no entanto, apenas o filme seguinte, Lovely Rita (2001), que lhe abriria as portas do reconhecimento internacionalmente, ao ser exibido na secção Un Certain Regard do Festival de Cannes desse ano. A obra seguinte, Hotel (2004), também marcou presença no festival francês, confirmando o interesse que a sua obra começava a despertar. Em 2006, Hausner foi convidada a criar o trailer de apresentação da edição desse ano do festival de cinema Diagonale, em Graz, na Áustria. Nesse mesmo ano, terminou a curta Toast. Foi preciso esperar cinco anos, desde a longa anterior, para que Hausner apresentasse novo trabalho de fôlego, mas o tempo de espera não esmoreceu o reconhecimento. Lourdes (2009) foi seleccionado para a competição do Festival de Veneza e arrecadou o Prémio FIPRESCI, vindo a somar honras em muitos outros festivais de cinema. Seguiu-se novo interregno de cinco anos, findos os quais surgiu Amor Louco (2014), seleccionado também para a secção Un Certain Regard em Cannes. Foi ainda o filme de abertura da Viennale e o vencedor do prémio de Melhor Filme do Lisbon & Estoril Film Festival 2014.