John Berger (n. Londres, 1926) é um dos maiores escritores do último meio século, com uma vasta obra que se desdobra pela ficção narrativa, pela poesia e pelo ensaio (sobretudo no campo da arte). É também argumentista (trabalhou com Alain Tanner) e crítico. Tem tido presença regular na short-list do Booker Prize, que venceu em 1972, com o romance G. Em Portugal estão traduzidos o ensaio Modos de Ver (Edições 70), um livro sobre Dürer (Taschen), e ainda E os Nossos Rostos Meu Amor, Fugazes como Fotografias (Edições Quasi), De A Para X e Aqui nos Encontramos (ambos pela Civilização Editora). Quando este livro foi publicado, Jorge Silva Melo escreveu: “Eu nem sei como classificar este seu último e maravilhoso livro, nem são crónicas, nem ensaios, nem ficção, vai para onde o leva a memória. E começa ali mesmo, no Príncipe Real, debaixo da árvore, quando ele vê uma velha mulher, e reconhece a sua mãe, morta há vários anos. E que o leva a passear por Lisboa, atravessar o Tejo, visitar Cacilhas, comer toucinho do céu. E todo o livro é assim, deambulações entre lugares da sua vida (Madrid, Praga, Londres...) e os fantasmas de quem o acompanhou no seu fazer-se, a mãe, professores, amigos que não chegam, a vida vivida ao sabor dorido de quem vagabundeia. Um dos mais admiráveis livros de um dos mais admiráveis escritores do século XX e XXI. […]Lê-se numa noite e fica-se a pensar no que a vida foi fazendo de nós.”