A ENTREVISTA é um projecto expositivo da P28, que consiste numa troca de papéis entre artista convidado e artistas do atelier de artes plásticas do serviço de reabilitação do CHPL.
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A ENTREVISTA  é um projecto expositivo da P28, que consiste numa troca de papéis entre artista convidado e artistas do atelier de artes plásticas do serviço de reabilitação do CHPL.


Neste processo criativo, O Artista convidado assume-se como a matriz – o modelo a ser reproduzido. A entrevista  assume-se, também, como suporte estético, ocupando uma parte de intervenção.


A matriz identidade assume-se como elemento neutro na “multiplicação”, i.e., na sua disseminação. Nesta equação, a sua reflectividade — a da matriz, entenda-se — assimila todos os elementos como iguais e de valor zero, constituindo-se como uma componente de equivalência.


O conceito de identidade desenvolve-se para compreender como o indivíduo funciona do ponto de vista relacional face ao exterior. Este padrão desenvolve-se por etapas: o eu como o tu, do sujeito face aos objectos circunvizinhos, à vivência do seu meio ambiente e ao acontecimento e vivência da identidade.


O reconhecimento do eu, na singularidade como pessoa, corresponde ao método psicodramático do espelho. Todos conhecemos a persistência e admiração das crianças quando se vêem ao espelho (de início a criança não tem consciência do que vê no espelho, uma imagem de si própria). Quando finalmente percebe que a imagem reflectida é sua é porque atingiu, no seu crescimento, um ponto crítico, um progresso importante na compreensão de si mesma, superando uma primeira etapa no processo de auto-conhecimento.


A etapa seguinte é a do reconhecimento do “tu” — os outros. Este progresso (/processo) de reconhecimento deriva da capacidade empática na “troca de papéis”. Através desta troca, e sobre uma matriz identidade, A ENTREVISTA age como síntese unificadora — a recolha de informação como  “conceito social” que se conecta com a espontaneidade do conteúdo individual. Ora e espontaneidade caminharam juntos neste processo criativo e estético.


A matriz define uma função prescrita e assumida pelo indivíduo como a “forma real e tangível como o eu se assume”, passando do plano dramático para o social. Para este, o papel ora se refere a uma pessoa imaginária, ora a um modelo para a existência ou a uma personagem da realidade social, uma imitação da vida ou uma forma tangível do eu. Nestas diferentes definições e concepções pode-se notar que os papéis possuem algo em comum: são fenómenos observáveis, que surgem nas acções, apresentando e representando aspectos acessíveis do eu.


Anabela Soares (artista do atelier de artes plásticas) trabalha sobre a obra filmatográfica do realizador Emir Kusturica, nomeadamente o filme Gato Preto, Gato Branco.


Neste processo de troca de papéis, Anabela reinterpreta acções e movimento criando esculturas sobre infâncias e sonhos.


Horário
Seg. a Sex. 10h-16h
Até 10 de Janeiro