Uma aldeia onde quase todos partiram à procura de uma vida melhor. No centro da localidade são muitas casas que se desmoronam, enquanto, à sua volta, brotam casarões de persianas corridas. Muitos daqueles que tinham prometido a si mesmos regressar cumpriram a sua promessa. É uma aldeia habitada pela ausência e povoada por emigrantes.


Nesta pequena aldeia de montanha,  cruzam-se pessoas que, tendo partido para se livrarem da miséria, recusaram submeter-se às servidões da imigração. As suas histórias provam a brutalidade que outros tiveram de enfrentar.


No mês de Agosto, durante as festas da aldeia, encontram-se emigrantes que estão de regresso, e outros inconsoláveis por nunca terem voltado. Todos eles afirmam não pertencer a nenhum lugar; estão sempre deslocados. Falam de uma emigração que engendra projectos impossíveis porque carrega em si própria a ausência que destrói as ligações ao lugar onde eles se deveriam realizar. Para contrariar esta dupla ausência, permanecem em perpétua viagem. Os relatos dos emigrantes e dos raros habitantes que ficaram na aldeia são atravessados por uma questão: Não provoca a emigração uma devastação desproporcional às vantagens económicas que ela traz?

  • Duração: 75
  • Ano de produção: 2009
  • País: França

José Vieira

Ficha Técnica