Larry Clark, nascido em 1948 em Ohio e conhecido pelo seu aclamado filme de Jazz Passing Through (1977), é um dos principais realizadores afro-americanos do movimento L.A. Rebellion, ou ‘Los Angeles School of Black Filmmakers’: uma geração de realizadores dos anos 60 a 80 da UCLA, criadores de um revolucionário Cinema Negro divergente das convenções de Hollywood e atento às reais vivências da comunidade afro-americana.
Enquanto jovem, presidiu à Black Student Union in Television, antes de migrar para Los Angeles e de se inscrever na Escola de Teatro, Cinema e Televisão da UCLA - Universidade da Califórnia. O autor tem raízes musicais - o seu avô Sonny Clark era um celebrado pianista de jazz, o pai tocava saxofone e ensinava danças latinas, e a mãe era cantora lírica. É compreensível, por isso, que a sua longa-metragem e projecto final de mestrado, Passing Through (1977), seja geralmente considerada um dos melhores filmes sobre jazz, e uma ampla celebração das capacidades artística da comunidade negra, e que acabou por conquistar o Prémio Especial no Festival de Locarno, em 1977.
Clark foi ainda cinematógrafo na curta de Haile Gerima, Hour Glass (1971), e realizador de Tamu (1970), ambos com uma mensagem política forte e associados ao movimento de Black Liberation, ao mesmo tempo que se manifestava contra o mito do sonho (branco) americano para afro-americanos. É também aclamado por Cutting Horse (2002), um western moderno, focado na perseverança de um treinador de equitação negro.
O realizador recebeu ainda o Prémio de Cinematografia Oscar Micheaux, e continua a ser professor de cinema na San Francisco State University.