Escritor e cineasta, Atiq Rahimi nasceu em 1962, em Cabul. Aquando da invasão soviética do Afeganistão, abandonou o país e procurou refúgio em França, onde se fixou em 1985. Concluiu um Doutoramento em Cinema pela Sorbonne, tendo mais tarde produzido sete documentários para a televisão francesa, assim como alguns anúncios de televisão.


Atiq Rahimi apresenta o seu primeiro projecto literário em 2000, Terre et Cendres (Terra e Cinzas), um sucesso de vendas imediato na Europa e na América do Sul. Baseando-se nessa obra, realizou o filme com o mesmo título, arrecadando um total de 25 prémios em diversos festivais de cinema, destacando-se o Prix du Regard vers l’Avenir no Festival de Cannes, em 2004.


Em 2002, após a queda do regime talibã, Rahimi regressou ao Afeganistão, depois de dezassete anos de exílio, e fotografou a cidade de Cabul. Seis dessas fotografias foram adquiridas pelo Victoria and Albert Museum de Londres. Nesse mesmo ano, publica Les Mille Maisons du rêve et de la terreur (As Mil Casas do Sonho e do Terror), e, três anos depois, Le Retour Imaginaire.


O seu quarto romance, Syngué Sabour. Pierre de Patience, o primeiro escrito directamente em francês, valeu-lhe o prémio Goncourt, o prémio literário de maior prestígio em França. Segundo o autor, a escolha da língua francesa em detrimento da sua língua materna foi uma forma de escapar à “auto-censura involuntária” que sente ao escrever em Persa. Syngué Sabour conta a história de uma mulher cujo marido foi ferido durante a guerra e ficou paralisado. A partir de um argumento co-escrito com Jean-Claude Carrière, Rahimi realizou a adaptação ao cinema do seu livro. Syngué Sabour. Pierre de Patience (2012) protagonizado pela actriz iraniana Golshifteh Farahani, foi o filme seleccionado pelo Afeganistão para as nomeações ao Óscar de Melhor Filme Estrangeiro na 85ª edição dos prémios da Academia.


Em 2011, publicou Maldito Seja Dostoievski, também editado em Portugal, tal como os seus livros anteriores.