Nascido em 1948, em Argel, com o nome Michel Dahmani, Tony Gatlif deixou a capital argelina na viragem dos anos 60 rumo a França. A sua estreia como realizador dá-se em 1975, com La Tête en ruines. No início dos anos 80 realiza Corre Gitano, a sua primeira obra sobre a condição do povo cigano. Depois de Les Princes (1983), com o qual obtém o reconhecimento da crítica, prossegue o seu trabalho sobre a cultura rom em Latcho Drom (1992), um documentário sobre a música cigana que ganhou o prémio da secção Un Certain Regard no Festival de Cannes. Em 1997, com o elogiado Gadjo Dilo, sobre um jovem francês que viaja até à Roménia em busca de uma cantora desaparecida, conquista o Leopardo de Prata no Festival de Locarno. Os seus filmes já estiveram por diversas vezes na Secção Oficial do Festival de Cannes, que lhe atribuiu, em 2004, pelo autobiográfico Exílios, o Prémio de Realização. Tom Medina (2021), também estreado em Cannes, é o seu 19.º filme, antecedido por outras obras de relevo como Korkoro (2009), Indignados (2012), Geronimo (2014) ou Djam (2017).