MU.SA - Museu das Artes de Sintra, de 13 de Novembro a 29 de Janeiro
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MU.SA - Museu das Artes de Sintra
Vernissage Domingo, 13 de Novembro
Patente até Domingo, 29 de Janeiro


Povoada pelas palavras poéticas e pinturas de Malak Mattar, esta exposição envolve-nos no tenso ambiente da Faixa de Gaza. Nascida numa das regiões mais conturbadas e policiadas mundialmente, Malak testemunhou os avanços da ocupação territorial e o progressivo controlo militar no seu país. Efetivamente, a situação é a de uma ‘prisão a céu aberto’. Como toda a população local, a pintora é afetada pela restrição do acesso a bens essenciais, e dependente de vistos muito dificilmente atribuídos para qualquer visita ao estrangeiro - semelhante à imposição de um confinamento prisional sobre o território.


Esta vulnerabilidade palestiniana a destrutivos ataques aéreos, ao violento policiamento e à penalização e aprisionamento abusivos da população por parte de Israel é captada no trabalho de Malak, que nos apresenta uma dicotomia de inquietante isolamento e simultânea esperança de uma conciliação pacífica. Sob a envolvência sonora da cidade de Gaza, as figuras palestinianas que compõem as suas telas - maioritariamente mulheres de olhar expressivo e penetrante - criam, ainda assim, composições de um afeto familiar, numa palete de cores quentes e símbolos de paz e harmonia natural.


Nas palavras da artista, ela “não pinta apesar da guerra e ocupação; [mas sim] por causa dessa guerra e ocupação”, num esforço documental que ultrapassa a efémera vida humana. Em diálogo com o programa ‘Romper as Grades’ do LEFFEST 2022, o trabalho de Malak expõe, assim, a injustiça aprisionante que envolve os habitantes de Gaza e a ‘libertação’ ambicionada pela sua prática artística.