Cineasta pioneira do cinema independente norte-americano, Bette Gordon é conhecida, desde os seus primeiros filmes, Empty Suitcases (1980) e Variety (1984), pelas suas explorações ousadas de temas relacionados com a sexualidade, a violência e o poder.


Integrado na Quinzena dos Realizadores em Cannes juntamente com o filme de Jim Jarmusch, Stranger Than Paradise/Para Além do Paraíso, em 1984, Variety - cujo argumento é também da sua autoria - é uma obra inédita sobre voyeurismo e pornografia de um ponto de vista feminino, “um singular exercício intelectual feminista, que é também uma carta de amor à Nova Iorque em crise dos anos ‘70” e estabeleceu muitos dos temas que mais tarde voltariam a aparecer no seu trabalho. “Mal ou bem, tendo a sentir-me atraída por coisas que talvez não sejam fáceis de fazer, mas que não se conseguem esquecer,” diz a realizadora. “Penso que todos os meus filmes são, de certo modo, inquietantes, e se não vos saem da cabeça é porque eu também não saíram da minha.”


O seu filme mais recente, The Drowning, estreou este ano nos Estados Unidos.