Realizadora, argumentista e produtora

Nascida na Baviera (Alemanha) em 1967, Maria Speth é uma realizadora, argumentista e produtora largamente premiada e o seu nome surge normalmente associado a um grupo de jovens cineastas germânicos que emergiram em meados da década de 1990 e seguintes, um “movimento” que foi designado como a Berliner Schule – Escola de Berlim (apesar de alguns deles, como a própria Speth, virem de outras escolas de cinema noutras cidades), e que deram um novo fôlego ao cinema alemão, com a presença dos seus filmes nos festivais mais importantes.


Speth trabalhou em vários filmes e programas de televisão como assistente de montagem e de realização até 1995. Aluna do curso superior de realização na Filmuniversität Babelsberg Konrad Wolf, realizaria aí a sua primeira curta, Barfuss (1999, premiada no festival de Oberhausen), e a sua tese final estaria na génese da sua multipremiada primeira longa In den Tag hinein (2001). Com estreia mundial no Festival Internacional de Cinema de Roterdão, em 2001, onde conquistou o VPRO Tiger Award, In den Tag hinein conta a história de Lynn, uma jovem que vive em Berlim com o irmão à espera do que os dias lhe trarão, sem planos definidos ou metas traçadas.


O seu filme seguinte foi Madonas (2007), que nos dá a conhecer Rita, uma jovem que, depois de ser negligenciada em criança, dá à luz seis filhos e desafia a própria mãe a criá-los como se fosse ela a progenitora dos netos. Uma poderosa reflexão sobre as expectativas sociais do papel da maternidade e as sanções impostas a quem não as cumpre, Madonas teve a sua estreia mundial na prestigiada secção Forum do Festival de Berlim.


Em 2009, Maria Speth fundou a produtora Madonnen Film e fez o seu primeiro documentário, 9 Leben (2011), com o qual venceu o conceituado prémio Metropolis German Directors. Tendo em mente o problema dos números elevadíssimos de sem-abrigo entre os jovens alemães, 9 Leben retrata alguns jovens sem-abrigo, cada um com uma história própria, e todos eles com diferentes razões para não terem um lar. Estas histórias são filmadas num estúdio neutro, a preto e branco, para evitar clichés, e destacar a personalidade de cada um.


Regressou novamente à secção Forum do Festival de Berlim com Töchter (2014). Com a câmara sempre perto dos rostos, Töchter narra a odisseia de uma mãe, Agnes, que chega a Berlim para identificar um cadáver, que poderá ser da sua filha desaparecida. Mas não é. Agnes decide ficar na cidade e conhece Ines, uma jovem cujas questões intrusivas fazem com que Agnes repense a relação que tinha com a sua filha…


Um olhar sensível e minucioso sobre um professor inspirador e pouco convencional, Herr Bachmann und seine Klasse, a estreia de Maria Speth na competição oficial do festival de Berlim que foi galardoada com o Prémio do Júri, é o seu filme mais recente.