Marthe Keller (Basileia, Suíça) é o exemplo de uma artista que não conhece fronteiras geográficas ou artísticas. A sua primeira paixão foi a dança. Estudou teatro durante três anos na escola Stanislavsky em Munique, integrou  o teatro Schiller em Berlim e, posteriormente, estreou-se na televisão alemã.
Em 1966, mudou-se para Paris, onde iniciou a sua carreira no cinema ao lado de Philippe de Broca, nos filmes O Diabo à Solta (1969) e Les Caprices de Marie (1970), e com Claude Lelouch no filme Toda Uma Vida (1974).


Rapidamente ganhou reconhecimento a nível internacional, estreando-se em Hollywood com o filme O Homem da Maratona de John Schlesinger (1976), onde contracenou com Dustin Hoffman. Participou também em Fedora de Billy Wilder, apresentado no Festival de Cannes em 1978. A sua versatilidade permite-lhe passar da leve comédia para o drama, do romance para o thriller, colaborando com grandes realizadores como Sydney Pollack, Nikita Mikhalkov, John Frankenheimer, e, mais recentemente, Benoît Jacquot e Barbet Schroeder.


O seu talento é evidente não só nos filmes em que participou como também no palco e até na ópera: a sua encenação de Diálogos das Carmelitas de Francis Poulenc foi premiada com o Grande Prémio da Crítica em 1999.


Presença habitual no Festival de Cannes, Marthe Keller foi presidente do Júri da secção Caméra d’Or em 1994, e presidente do Júri da secção Un Certain Regard em 2016. Este ano é também membro do Júri da Selecção Oficial em Competição no Lisbon & Estoril Film Festival.