Nascido da tensão entre o «eu» e a sociedade, a proximidade e a distância, a utopia e a realidade, homeland é o lugar e o momento em que o indivíduo se enraíza no centro da terra, sem por isso perder a sua identidade.
  • Ciclos temáticos

Curadoria de Alexey Artamonov, Denis Ruzaev e Ines Branco Lopez


Nascido da tensão entre o "eu" e a sociedade, a proximidade e a distância, a utopia e a realidade, homeland é o lugar e o momento em que o indivíduo se enraíza no centro da terra, sem por isso perder a sua identidade. Homeland aproxima-se da materialização do próprio conceito de ser, anunciando um “eu” que está certo da sua pertença a si mesmo e ao universo.


Mas a história, como sabemos, é feita de infinitos exemplos de instrumentalização política do significado de homeland, postos ao serviço de inúmeras hecatombes. Reduzido a uma definição rígida, o conceito é, pois, usado como ferramenta de segregação, exclusão e discriminação. O sentido patriótico de homeland torna-se o pior inimigo do seu significado ontológico.


Esse conflito insolúvel entre a pureza ontológica e o potencial de exploração do conceito reflecte a natureza paradoxal de um termo com múltiplos significados. Mas é esta mesma complexidade que faz dele o objecto perfeito para o cinema, ele próprio um paradoxo tecnológico e ontológico. É, por isso, sensato que nos proponhamos a postular e analisar as relações entre cinema e a ideia de homeland, a reflectir sobre o que acontece quando o aparato ideológico e poético destas duas forças converge. De que forma pode o cinema revelar a natureza problemática da noção de homeland? E o que é que a carga simbólica deste conceito nos pode dizer acerca da complexidade da arte cinematográfica?


Acreditando que a dialéctica entre um tema e um meio dá origem a um potencial profundamente revolucionário para examinar a natureza de ambos, o ciclo temático "Homeland" destaca algumas das raras obras que realizam esse potencial.


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